10 poemas famosos para ler com as crianças





Preparem-se! Vai começar uma maratona de poesias deliciosas e cheias de rimas para ler e se divertir juntinho. Depois destas dicas, os pequenos que já gostam de livros e histórias, correm sérios riscos de amar.


1. O Menino Azul – Cecília Meireles

O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
– de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.

(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
2. Pontinho de Vista – Pedro Bandeira

Eu sou pequeno, me dizem,
e eu fico muito zangado.
Tenho de olhar todo mundo
com o queixo levantado.

Mas, se formiga falasse
e me visse lá do chão,
ia dizer, com certeza:
— Minha nossa, que grandão!
3. A porta – Vinicius de Moraes

Sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Não há nada no mundo
Mais viva que uma porta

Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado

Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
Eu abro de supetão
Pra passar o capitão

Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Eu fecho tudo no mundo
Só vivo aberta no céu!
4. Poeminha do Contra – Mario Quintana

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
5. O Direito das Crianças – Ruth Rocha

Toda criança no mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.

Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os diretos das crianças
Todos têm de respeitar.

Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir…

Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.

Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola,bola, bola!

Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!

Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.
6. A Lua foi ao Cinema – Paulo Leminski

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava para ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
– Amanheça, por favor!
7. Guarda-chuvas – Rosana Rios

Tenho quatro guarda-chuvas
todos os quatro com defeito;
Um emperra quando abre,
outro não fecha direito.

Um deles vira ao contrário
seu eu abro sem ter cuidado.
Outro, então, solta as varetas
e fica todo amassado.

O quarto é bem pequenino,
pra carregar por aí;
Porém, toda vez que chove,
eu descubro que esqueci…

Por isso, não falha nunca:
se começa a trovejar,
nenhum dos quatro me vale –
eu sei que vou me molhar.

Quem me dera um guarda-chuva
pequeno como uma luva
Que abrisse sem emperrar
ao ver a chuva chegar!

Tenho quatro guarda-chuvas
que não me servem de nada;
Quando chove de repente,
acabo toda encharcada.

E que fria cai a água
sobre a pele ressecada!
Ai…
8. A Centopeia – Marina Colasanti

Quem foi que primeiro
teve a ideia
de contar um por um
os pés da centopeia?

Se uma pata você arranca
será que a bichinha manca?

E responda antes que eu esqueça
se existe o bicho de cem pés

será que existe algum de cem cabeças?
9. Canção para ninar dromedário – Sérgio Capparelli

Drome, drome
Dromedário

As areias
Do deserto
Sentem sono,
Estou certo.

Drome, drome
Dormedário

Fecha os olhos
O beduíno,
Fecha os olhos,
Está dormindo.

Drome, drome
Dromedário

O frio da noite
Foi-se embora,
Fecha os olhos
Dorme agora.

Drome, drome
Dromedário

Dorme, dorme,
A palmeira,
Dorme, dorme,
A noite inteira.

Drome, drome
Dromedário

Foi-se embora
O cansaço
E você dorme
No meu braço.

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário.
10. Convite – José Paulo Paes

Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.

Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.

As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.

Como a água do rio
que é água sempre nova.

Como cada dia
que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?

Você também conhece poemas que marcaram sua infância? Já escreveu uma poesia? Já recebeu uma de alguém querido? Compartilhe nos comentários as poesias que você conhece e acha que mais pessoas gostariam de ler com os pequenos!

Leia também:
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Antologia Ilustrada da Poesia Brasileira, por Adriana Calcanhoto

Gabriella Reis


Enxerga um potencial imenso na leitura como ferramenta para transformar pessoas e amenizar alguns problemas do mundo. Coloca carinho em tudo que escreve e adora encontrar carinho no que lê. Faz redação publicitária, escreve e revisa conteúdo no Blog da Leiturinha.

28 COMMENTS

rodrigo guimarães pena 23 DE OUTUBRO DE 2016
a batatinha e a mamãe
Rodrigo Guimarães Pena
(poesia criada aproveitando versos de dominio público)

"Batatinha quando nasce,
Espalha a rama pelo chão...
Mamãezinha quando dorme
Põe a mão no coração..."

Coração de Mãe é enorme
Bem maior que um avião...
Toda vez que você dorme,
Um sonho ensina uma lição...

Pra mamãe, como um presente,
Deve versos recitar,
Pra que fique mais contente,
Um segredo eu vou contar:

Sabe quem criou o Amor?
Sabe, né... foi Deus, Nosso Senhor,
Mas e o Amor de Mãe?
É igual a outro Amor?

Difícil, né...Deus pesquisou depois
E descobriu que só um ser especial
Pode ter o Amor Total...
Vou contar como foi:

“Quando muito tempo atrás,
Deus criou céu, terra e mar,
Criou também Adão e Eva,
E ensinou o Amor ao par...

Por um tempo, observando,
Começou a preocupar:
“Como é belo o tal Amor,
É tão lindo e tão intenso...

Mas está sobrando senso,
Eu preciso melhorar...
Amar alguém só se este alguém também te amar?”
O que Eu quero é bem maior”, disse Deus, e completou:

“Quero o Amor que não quer troca,
Que não peça, que se doe,
E incompreendido, a dor suporta
E sem julgar, e assim perdoe...

Então... a Mãe,
DEUS teve que inventar...

E do coração da Mãe
Fez o maior lugar que há,
Pois previa já o tamanho
Que o amor de Mãe pode chegar...

E DEUS não erra, e não errou...
O Amor que a Mulher-Mãe mostrou
Foi do jeito que previa,
DEUS então determinou :
“Mãe, serás do Amor,
A-mor-a-dia “...

Por isto,
Quando eu for (papai/mamãe) um dia,
Da Mamãe eu vou lembrar :
Todo amor de uma família vem da Mãe...
...e se espalha como rama em cada olhar...


informação do site: http://leiturinha.com.br/blog/10-poemas-famosos-para-ler-com-as-criancas/

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